Fumo Zero
Dia para dizer não ao tabaco
Largo Edmar Fetter recebe equipe da SMS para a distribuição de material educativo e orientação sobre os danos do tabagismo
Divulgação -
O alto número de fumantes em 1986 fez com que órgãos públicos elegessem o dia 29 de agosto como a data nacional de combate ao fumo. Por isso, das 9h às 17h desta terça-feira (29), no largo Edmar Fetter, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá alertar a população sobre os riscos do tabagismo, a causa de morte mais evitável no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre as doenças causadas pelo cigarro figuram o câncer, enfermidades cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), o percentual de fumantes na população brasileira acima de 18 anos está diminuindo: pulou de 34,8% em 1989 para 14,7% em 2013. Apesar de o número de fumantes no Brasil diminuir ao longo das décadas, a importância de debater o tema continua, visto que o tabagismo é um problema de saúde pública.
Parar de fumar é uma decisão pessoal e o processo varia para cada pessoa. No final deste ano, Cleusari Costa Ribeiro, 58, completará três anos sem tabaco. A cuidadora, que antes fumava duas carteiras de cigarro diariamente, precisou dizer para si mesma que não fumaria mais. A trajetória não foi fácil - teve vontade de voltar e até sonhava com o cigarro -, mas valeu a pena. "Eu não quero mais. Foi a melhor coisa que fiz para minha vida", relata. Sobre os benefícios de ficar sem o tabaco, cita a qualidade da respiração e a alimentação. Há também o alívio no bolso, visto que o gasto de um fumante com cigarro é grande.
Em Pelotas, 14 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) oferecem medicação, terapia e rodas de conversa para combater o vício. O período de tratamento dura três meses. Bianca Lopes Leal, coordenadora do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, diz que nem todas as unidades desenvolvem o tratamento, pois este depende de capacitação, oferecida pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em Porto Alegre. No entanto, a Secretaria tem buscado o curso. "Iniciamos o trabalho em maio. Eram nove unidades que ofereciam o programa, hoje são 14", afirma. Outra equipe da Secretaria irá esta semana para o treinamento do Inca.
A funcionária também informa um dado que preocupa: das 293 pessoas que ingressaram no tratamento em 2017, apenas 42 chegaram até o final. "Essa é uma droga das mais complicadas de deixar. Mas estamos a todo vapor para capacitar os profissionais", fala. A capacitação inclui os médicos, enfermeiros e assistentes sociais do município. Medicação não falta - o material chega através do Ministério da Saúde sem atrasos, conta.
Fumo Zero
O incentivo ao fim do tabagismo na cidade tem grande colaboração de Roni Quevedo, médico e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que desenvolve um projeto voltado ao tema há dez anos. O Fumo Zero foi instalado através de uma iniciativa de um grupo de alunos preocupados com o número de fumantes da instituição. A ideia integra o programa UCPel Mais Saudável. Grupo de conversa, proibição do fumo na universidade e trabalho de panfletagem são algumas das medidas tomadas pelo grupo. O professor conta que há três anos a UCPel constatou zero fumantes em suas dependências. Interessados no projeto podem procurar o grupo de atividades através do telefone (53) 2128-8004.
Roni ainda ressalta que o processo de abandono deve ser tranquilo e não traumático. "A pessoa que quer parar, se insistir um pouco, vai ter sucesso. O ponto zero é querer", afirma.
O professor ainda explica que o fumante fica escravo da nicotina e que no cigarro há também outras substâncias que o deixam mais potente, criando ainda mais dependência.
Uma das pessoas atendidas pelo médico foi Rivo Silva Iruzum, aposentado de 64 anos. Ele fumava ininterruptamente desde os 15. Após tanto tempo, surgiu uma vontade de parar, momento em que decidiu procurar a ajuda. "Na consulta, o esclarecimento dele aumentou ainda mais a minha vontade", conta. Fora isso, tinha um motivo que caracteriza como "muito forte": não queria prejudicar a esposa com os malefícios do cigarro. O aposentado já está há mais de um ano sem tabaco. "É isso que a pessoa precisa ter: vontade e um bom motivo para parar", reflete.
Passos recomendados
1 - Decidir por si mesmo em parar
2 - Conversar com a família e pedir apoio
3 - Postergar o primeiro cigarro do dia
4 - Tomar água caso sentir vontade
5 - Praticar atividades físicas
6 - Procurar tratamento médico - seja homeopatia, acupuntura, terapia
7 - Fugir de momentos que estimulam o hábito de fumar: "despistar a fissura"
8 - Escovar os dentes pós refeições
Unidades que atendem fumantes - UBSs
Colônia Z-3
Sítio Floresta
União de Bairros
Cohab Pestano
Laranjal
Caps - AD
Puericultura
CSU Areal
Leocadia
Colônia Osório
Cerrito Alegre
Loteamento Osório
Bom Jesus
Simões Lopes
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